Em 2013, éramos oito pessoas na empresa, tínhamos vários projetos em curso na área da consultoria ambiental, mas naquela altura não tínhamos um plano de trabalhos definido para cada colaborador, procedimentos bem documentados e instruções de trabalho para cada uma das tarefas que realizávamos.

Cada colaborador geria o tempo à sua maneira e desempenhava as tarefas da forma que considerava mais intuitiva.

Pessoalmente, admito que eu era péssimo a avaliar o tempo que levaria a concluir cada tarefa. Subestimava sempre a quantidade de horas que iria necessitar para resolver alguma coisa.

Quando começámos a atribuir tarefas diárias a cada colaborador, a discórdia instalou-se:

– Não é possível elaborar um relatório técnico nos prazos que me estão a propor! – disse um dos colaboradores.

Naquele momento assumi a sua postura como um impulso típico de resistência à mudança.

Umas horas mais tarde percebi que ele tinha razão: não era possível cumprir aqueles prazos se continuássemos a fazer as coisas da forma como fazíamos!

Propusemos novas formas de trabalhar, mais organizadas e eficientes, mas as novas regras levaram, em poucos meses, ao desmantelamento de toda a equipa.

Apercebi-me que ter as ideias e os processos certos só por si não é suficiente, temos de contar com as pessoas certas a bordo.

Eu queria recomeçar tudo de forma diferente, mas parecia que todos queriam continuar a fazer da mesma forma como sempre tinham feito.

Acredito que nessa altura ninguém se dispunha a ouvir-me, porque um dos meus maiores problemas ainda estava por solucionar…