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Quem é o Pedro Silva-Santos?

Poderia ter sido um dia como outro qualquer, mas no dia 21 de julho de 1978, faltavam apenas 5 minutos para as 2 horas da madrugada quando… nasceu o Pedro Silva-Santos… e alguém na sala exclamou:

Oh meu Deus… este é o bebé mais bonito de todos os tempos!

Tive uma infância completamente normal.

Aos 2 anos de idade, usava diariamente um casaco de pastor que me proteger do frio no Inverno.

Com cerca de 4 anos de idade, todas as fotografias que os meus pais registaram têm um ponto em comum: andava sempre com papéis debaixo do braço.

Aqui fica uma fotografia, das dezenas que existem dessa altura (1982), que mostram aquilo que acabei de referir (a Dondoca que vai à frente é a minha irmã Vera, na altura com apenas 2 anos de idade).

Nunca ninguém percebeu porque é que eu gostava de andar com papéis debaixo do braço direito… um dia vou inventar uma justificação mística! Contudo, chegaram a dizer aos meus pais que poderia ser um sinal de que eu iria ser um grande estudioso e que talvez viesse a criar o meu próprio negócio!

A partir dos 6 anos, depois de algumas sessões no dentista (que me parecia um tipo com muito estilo e dinheiro na conta bancária) comecei a dizer aos mais pais que queria ser dentista.

Estuda e faz o curso de medicina dentária para que eu possa tratar dos meus dentes gratuitamente! – disse a minha mãe.

Gratuitamente? Mãe, não te vou arranjar os dentes gratuitamente! – respondi eu, bastante chateado.

Ela contou-me que esta conversa terminou da seguinte forma:

Já viste quantas pessoas o meu dentista tem a trabalhar com ele? A senhora que aponta as marcações dos clientes, a senhora que lhe entrega os utensílios durante as consultas, a senhora das limpezas, a outra médica que estava na sala ao lado… achas que ele pode trabalhar gratuitamente? Se assim fosse, como é que pagava àquela gente toda? – resmunguei eu, para tentar persuadir a minha mãe a esquecer o “dentista gratuito” que ela tanto desejava ter na família.

Aos 10 anos, quando necessitaram de emitir o meu primeiro bilhete de identidade, os meus pais levaram-me a um fotógrafo que tinha ficado famoso pela pose que levava as pessoas a adotar nas fotografias “tipo-passe”, em vez de fotografar os clientes frontalmente, o Sr. Germano sentava-nos num pequeno banco giratório, rodava o banco para o lado esquerdo, endireitava-nos as costas e virava-nos a cabeça para a frente ligeiramente inclinada para baixo.

Aqui fica o que resta dessa primeira fotografia que me envergonhou, durante vários anos, sempre que tive de mostrar o bilhete de identidade.

Nessa altura, em 1988, o mundo era dominado por duas práticas que, entretanto, foram extintas:

  • as mães faziam as nossas camisolas de lã com o tamanho XL de forma a que pudéssemos usá-las dos 10 aos 15 anos, mesmo que aos 10 anos as mangas dessas camisolas começassem quase nos cotovelos!
  • os fotógrafos corrigiam, com um lápis de cor castanho, as sobrancelhas dos seus clientes. Repare (na fotografia anterior) como ficou a minha sobrancelha direita! Eu tinha apenas 10 anos… não tinha preocupações com sobrancelhas bem definidas!

Em 1989 (com 11 anos) o meu pai decidiu emigrar para Inglaterra para tentar ganhar mais algum dinheiro. Eu e a minha irmã, com 9 anos nessa altura, passámos a viver apenas com a minha mãe.

Com 12 anos, voltei ao mesmo fotógrafo… a posição com que fiquei na fotografia foi exatamente a mesma, mas dessa vez não tive direito a “sobrancelhas retocadas”. Ora veja:

Nessa altura, quase todos os meus amigos de infância faziam parte dos escuteiros… e eu também decidi inscrever-me. Fiz parte da “Patrulha Morcego” praticamente durante um ano e vivi apaixonadamente todas as atividades associadas ao escutismo exceto uma: ir à missa de domingo ao meio-dia. Na fotografia seguinte, creio que se percebe a minha “alegria”…

Em 1991 (com 13 anos) o meu pai decidiu que não queria continuar a emigrar para Inglaterra. Aproveitei a oportunidade e pedi-lhe que me trouxesse um computador antes de regressar a Portugal. Em vez disso, o meu pai achou que eu iria adorar ter uma guitarra elétrica igual à que o Brian Adams usava na música que estava a fazer sucesso nesse ano: (Everything I Do) I Do It For You, a famosa música do filme “Robin Hood: O Príncipe dos Ladrões” também lançado nesse ano.

Quando tinha 15 anos, as minhas sobrancelhas já estavam bem definidas, mas… o meu penteado começava a ficar cada vez mais estranho!

As fotografias do Sr. Germano também tinham mudado. Nessa altura, o banco onde os clientes se sentavam estava sempre virado para o lado direito.

Quase todos os guitarristas que eu via na televisão tinham o cabelo comprido e por isso, eu achei que também deveria deixar crescer o cabelo! Afinal de contas, agora era um adolescente com uma guitarra elétrica na mão… tinha que encontrar um visual “com pinta” que fosse adequado à irreverência que começava a nascer dentro de mim.

Comecei a tocar guitarra elétrica em bandas de rock!

Aos 15 anos tive as minhas primeiras experiências em palco, em frente a uma multidão de pessoas que estava ali para me ouvir. Aprendi igualmente a tocar cavaquinho e bandolim e isso levou-me a ser convidado para fazer parte de ranchos folclóricos, grupos de cantares, etc…

Durante os fins de semana, andava sempre em viagem por causa dos concertos que me iam marcando. Comecei a habituar-me a estar sempre rodeado de pessoas e a estar constantemente a ser avaliado por tudo o que fazia em palco. Houve espetáculos que correram muito bem e houve outros que foram uma desgraça total. Acima de tudo, serviram para ganhar experiência e para me ajudar a perceber quais eram as competências que eu tinha que ir aperfeiçoando para não voltar a cometer os mesmos erros!

O meu professor de guitarra convidou-me para ser seu “assistente” e passar a assumir as aulas dos novos alunos que se inscrevessem na Escola de Música. De repente, com apenas 15 anos passei a ser “Professor de Música”. Aqui fica o registo fotográfico de uma dessas aulas:

… e a escola?

No ensino secundário não havia muita coisa que me cativasse!

Numa escala de 20 valores, as minhas notas rondavam o 8 e o 12, a todas as disciplinas. Percebi que não teria média para me candidatar a Medicina Dentária… Nunca reprovei, mas passei sempre “à rasca”, com notas fracas e com uma ou duas negativas.

Contudo, na Escola de Música que eu frequentava, passava horas a estudar teoria musical, a praticar novas músicas e a compor as minhas primeiras canções. Quando chegava a casa, fechava-me no quarto e continuava a praticar durante mais algumas horas, normalmente até a vizinha do rés-do-chão (a Dona Zulmira) pedir para eu baixar o som da minha guitarra elétrica! Nessa altura, eu nem precisava de dizer nada à Dona Zulmira… as estampagens que usava nas t-shirts diziam tudo!

Em 1996 celebrei 18 anos.

Tinha terminado o liceu e queria ir para os Estados Unidos estudar música. Há cerca de dois anos que costumava comprar mensalmente uma revista chamada “Guitar Techniques” e foi numa das edições que encontrei a morada de uma escola de música na Califórnia. Em 1996, o acesso à internet (e o uso de e-mail) era ainda muito incipiente em Portugal e por isso, fiz aquilo que era mais comum: escrevi uma carta, em inglês, a pedir informações sobre os cursos que existiam naquela escola de música, os valores das propinas, etc… Passado algum tempo, obtive resposta pela mesma via. Recebi em casa um envelope enorme com todo o tipo de informações e fiquei chocado com o custo de cada um dos cursos ministrados naquela escola de música. Apercebi-me que os meus pais não conseguiriam pagar as propinas nem eu conseguiria arranjar dinheiro para me sustentar durante muito tempo, antes de ter que começar a viver na rua.

Como escolhi a Universidade onde estudei?

Os meus amigos de infância estavam a preencher os impressos para frequentar uma licenciatura numa das várias Universidades portuguesas, mas eu não sabia o que queria fazer no futuro, apenas sabia que queria continuar a evoluir musicalmente para poder tocar ao vivo!

Houve quem me dissesse que eu tinha jeito para ensinar e que poderia licenciar-me em música com o intuito de dar aulas de músicas. Detestei a ideia… Não queria ser professor! Achava eu, nessa altura!

Em conversa com o pai de uma vizinha, que tinha a mesma idade que eu e estava a candidatar-se ao curso de Gestão de Empresas, fiquei a saber que existia uma profissão “estranha” que tinha uma série de regalias interessantes: “Engenheiro Florestal”.

O pai da minha amiga disse-me:

Podes licenciar-te em algo diferente do normal e continuar a divertir-te nos concertos! Há um curso (Engenharia Florestal) que tem excelentes saídas profissionais e que te permitirá estar sempre próximo da natureza… o espaço ideal para te inspirar a compor novas canções. Além disso, os “florestais” têm direito a uma casa… Espetacular, não é? – disse o Sr. Albino.

Fiquei entusiasmado por saber que poderia ter direito a uma casa só por ser Engenheiro Florestal… e essa foi a principal razão que me levou a candidatar ao curso de Engenharia Florestal na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (em Vila Real).

Mais tarde, apercebi-me que tinha sido induzido em erro pelo pai da minha vizinha.

Os Engenheiros Florestais afinal não tinham direito a uma casa… os guardas florestais é que podiam pernoitar nas casas que o Estado disponibilizava no meio das florestas.

Eu era mesmo ingénuo!

Aprender a viver com o equivalente a menos de metade do ordenado mínimo

Entre 1996 e 2001 vivi e estudei Engenharia Florestal em Vila Real. Sim, nessa altura as licenciaturas tinham um programa curricular de 5 anos! Adorei o curso, que terminei com média de 14 valores, mas já estava farto de viver com 50 mil escudos por mês (equivalentes a 250€ na moeda atual, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2002).

Apesar de eu achar que tinha pouco dinheiro para tudo o que precisava de pagar mensalmente a viver fora da casa dos meus pais, não me esqueci durante um único dia que o meu pai teve que trabalhar horas extra todos os fins de semana, durante os 5 anos do meu curso, para eu poder licenciar-me… e foi isso que me motivou a nunca ter nenhuma disciplina atrasada!

Em 2001 propus-me a realizar o estágio final de licenciatura no âmbito da “Influência da regularização de um troço do rio Mondego nas comunidades de peixes e macroinvertebrados aquáticos”.

Mais tarde, os dados do meu estágio foram incluídos no livro “Valorização Ambiental de obras fluviais”, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (Relatório 297/05 – NRE), e contribuíram para o conhecimento da distribuição e tendência populacional de algumas espécies de peixes em Portugal (ver Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal – Cabral et al. 2005).

A partir dessa altura, todos os passos que dei na minha vida foram abrindo portas para as etapas seguintes.

Como entrei no mercado de trabalho

Depois de terminar a licenciatura, inscrevi-me no Mestrado em “Tecnologias Ambientais” e trabalhei durante 9 meses como prestador de serviços no âmbito do estudo das comunidades de peixes em vários rios e albufeiras de Portugal. Recebi cerca de 500€ durante esses 9 meses o que equivaleu a trabalhar praticamente de forma gratuita para poder ganhar experiência profissional e ter “alguma coisa” para colocar no currículo!

Soube que tinham aberto um concurso, no Instituto Politécnico de Bragança, para contratar um licenciado que conseguisse assegurar as aulas teóricas e práticas de um Professor que estava a concluir o Doutoramento.

Decidi concorrer.

Nunca tinha dado aulas num Instituto Politécnico, mas relembro que já tinha lecionado numa escola de música, aos 15 anos!!!

Enviei o meu currículo (ocultei a parte em que dei aulas aos 15 anos, para evitar que o meu ex-professor de guitarra fosse acusado de promover o trabalho infantil) e em poucas semanas fui contactado para assinar o contrato.

Estava radiante! Tinha apenas 24 anos e ia começar a dar aulas (ou melhor, “vender aulas” por quase 1500€ por mês) de Ecologia Terrestre, Hidráulica Florestal e Ecologia de Sistemas Aquáticos, numa instituição de ensino superior.

Parecia um sonho… e os meus pais estavam muito orgulhosos de tudo o que o “filhinho lindo” estava a conseguir alcançar.

Assim, entre 2002 e 2004 lecionei no Instituto Politécnico de Bragança, e ainda hoje mantenho contacto (através das redes sociais) com ex-alunos e ex-colegas.

Abandonei o contrato público que me dava tanta segurança

Apesar de ter um ordenado interessante para um recém-licenciado, que garantia a minha independência financeira, decidi deixar de lecionar no Instituto Politécnico de Bragança, porque nesse mesmo mês (maio de 2004) soube de uma oportunidade para começar a fazer o acompanhamento ambiental da construção de parques eólicos que estavam previstos para a Serra do Marão (perto de Vila Real, onde eu tinha estudado).

Deixei a cidade de Bragança e voltei a alugar um quarto, na casa de uns amigos, em Vila Real.

Já não tinha contrato de trabalho com direito a férias, subsídio de férias, subsídio de Natal e ADSE… agora tinha que passar um recibo verde por cada trabalho que efetuasse.

A família e os amigos disseram que só podia estar louco por abandonar um contrato numa entidade pública, mas eu fiquei fascinado com o facto de poder fazer estudos nos parques eólicos. Além disso, ficaria com imenso tempo disponível para percorrer o país com a minha banda de rock.

Foto de José Alfredo

Mais lento do que um caracol…

Demorei 8 anos para compor e gravar (juntamente com uns amigos que tanto admiro) um conjunto de 7 canções! O produtor já só rezava para que eu dissesse: Está perfeito!

Porque é que demorei tanto tempo a terminar estas 7 canções?

Eu sei que este foi um processo de criação demasiado lento, por isso é que eu sempre disse que não poderia viver como músico… o meu senhorio arriscava-se a receber a renda de casa apenas de 8 em 8 anos!

Tinha o sonho de ouvir essas canções passados 10 ou 15 anos e dizer: se as gravasse hoje… não mudaria nada!

Admito que o perfecionismo pode ser o nosso maior inimigo quando tentamos criar algo a partir do nada. Contudo, para essas 7 canções, decidi que queria criar algo intemporal, tanto a nível estético (nas imagens que representam cada uma das canções), como a nível auditivo.

Foi um processo excessivamente longo… e por isso, para celebrar a conclusão deste “trabalho” artístico, decidimos dar-lhe o nome de “Stubborn than you” (em português, “mais teimoso do que tu”).

Aprender com uma cantora de Ópera

Apesar de tocar guitarra elétrica desde os 13 anos de idade, só comecei a cantar quase aos 30 anos. Inscrevi-me em aulas de canto com uma professora romena que tinha sido cantora de Ópera. Aprendi a controlar a respiração, por vezes quase até desmaiar e a usar o diafragma em vez de “cantar com a garganta” e ficar com nódulos nas cordas vocais!

Voltando um pouco atrás…

Em setembro desse ano (2004), um colaborador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro decidiu deixar de dar aulas de Ecologia.

Quem foi contactado para o substituir? Quem tinha experiência de ensino nessa área? O Pedro Silva-Santos…

Aceitei este novo desafio porque me permitia dar aulas, terminar o Mestrado (o que aconteceu em 2005), realizar estudos ambientais nos parques eólicos e dar concertos em todo o país!

Ser técnico na área ambiental permitiu-me conhecer os donos de todos os parques eólicos onde trabalhei e por isso, sempre que eles necessitavam de fazer estudos ambientais para licenciar novos projetos, passaram a telefonar-me.

Mas, apesar de lidar diariamente com profissionais muito formais, quando chegava a hora de me divertir, parecia que voltava a ter 15 anos… aqui está uma fotografia da minha interpretação do Pirata das Caraíbas na festa de Carnaval de 2006.

Abandonei a carreira académica e criei a minha primeira empresa

Em 2007 deixei de lecionar na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e dediquei-me a tempo inteiro à Consultoria Ambiental.

Dois anos mais tarde, em 2009, decidi criar a minha primeira empresa: NOCTULA – Consultores em Ambiente.

Desde essa altura, tenho lido e experimentado tudo e mais alguma coisa na área do marketing digital, do empreendedorismo, do desenvolvimento de plataformas de vendas online, etc…

Já me envolvi em negócios que quase me arruinaram e colocaram em risco a casa dos meus pais e as suas poupanças!

Fui traído por uma série de pessoas em quem confiava cegamente… contudo, tornei-me ainda mais forte depois dessas desilusões e consegui desenvolver uma forma de estar, na vida e nos negócios, muito diferente do que é considerado “normal”.

Tornei-me fã incondicional das redes sociais e das plataformas online, porque permitem divulgar os meus produtos e serviços mesmo enquanto estou a dormir. Decidi estudar comunicação, marketing e a arte das vendas, a partir dos livros… uma vez que não tinha paciência para fazer uma segunda licenciatura, ou um segundo Mestrado.

Cada livro que li, assumi-o como uma aula teórica e coloquei tudo imediatamente em prática. Este processo de executar/experimentar tudo o que li nos livros tem-me permitido aprender “como fazer”… com os melhores… com os empreendedores que tanto admiro!

Todos os dias experimento novas ideias e novas abordagens! Muitas delas vão servir apenas para eu aprender a não voltar a cometer os mesmos erros… as restantes servirão para me alimentar o desejo de nunca parar.

Livros que publiquei até ao momento

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