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A base da criação de um negócio próprio sustentável, mesmo começando quase sem dinheiro, passa por trabalhar loucamente até já não conseguires mais, mas garantindo que estás a ganhar dinheiro.
E quando estiveres a ganhar dinheiro, deves ter a capacidade de contratar e delegar todas as tarefas nos teus novos colaboradores.
Eu gosto muito de utilizar esta expressão:
Mas atenção, tornares-te inútil não significa tornares-te inativo.
Deverás ir trabalhando para te tornares inútil em termos operacionais. A responsabilidade de pensar no crescimento da empresa é tua e não conseguirás dedicar-te a isso se mantiveres as “mãos na massa”, a realizar o trabalho operacional, o resto da vida.
Eu passei a adorar o processo de criar a partir do zero, delegar e voltar a começar tudo a partir do zero, outra vez.
Ao garantir que trabalho todos os dias para me tornar inútil, todos os negócios que eu desenvolvo, depois de terem os processos bem documentados, e de eu delegar todas as tarefas, passam a funcionar sem mim.
Criam o seu próprio emprego, mas ficam reféns de fazer tudo durante demasiado tempo. Optam por não elaborar instruções de trabalho, nem automatizar e sistematizar processos, e acreditam que as coisas que sabem nunca poderão ser documentadas nem delegadas em ninguém e, com isso, o que conseguem?
Ficam reféns da prisão que acabam por criar para si próprias e a dada altura, estão tão saturadas que começam a pensar:
– Mais valia voltar a trabalhar para outra pessoa! Pelo menos trabalhava das 9h às 17h da tarde, “desligava o botão” e ia para casa descansar. Com o meu próprio emprego, nunca estou descansado.
Estarás descansado se parares de dizer que só tu é que sabes fazer… e se tiveres a humildade para admitir que precisas de ajuda.
Eu também já tive a mania que sabia tudo e que os negócios só eram um grande sucesso se eu mantivesse as minhas “mãos na massa”… e também já tive a mania que era o Homem-de-ferro e que conseguiria manter um ritmo louco de trabalho, acumulando mais e mais tarefas sem necessitar de ajuda. Acreditei nisso tudo até desmaiar de cansaço três vezes no mesmo mês.
É por isso que eu insisto tanto na questão dos processos bem documentados, das instruções de trabalho e dos documentos-tipo no sentido de te tornares inútil em termos operacionais.
Se criares o teu próprio emprego e fores seguindo as pequenas dicas que partilhei no livro “a Ave Rara… de empregado frustrado a criador do seu próprio emprego!“, vais perceber que quando o teu próprio emprego se transformar numa empresa, pode até ser uma microempresa mas irá funcionar sem que seja necessária a sua presença. Nessa altura, já não terás criado apenas o teu próprio emprego, terás um negócio.
É nessa altura que vais poder dedicar-te a pensar quais vão ser as tuas próximas áreas de atuação, os teus próximos clientes ou os próximos projetos que pretendes abraçar.
Lembra-se que a evolução da carreira profissional tem os seguintes níveis:
Certamente já ouviste falar no Shark Tank, um programa de empreendedores e investidores, criado nos Estados Unidos.
Neste programa, os investidores assistem à apresentação de ideias de vários empreendedores, pessoas que acabaram de criar a sua própria empresa ou que têm uma ideia para lançar, seja um produto ou serviço, com o objetivo de revolucionar o mercado.
Têm várias empresas que já funcionam sem a sua presença e que geram dinheiro suficiente para eles viverem uma vida confortável e para poderem investir em novos negócios.
Quando parares e pensares no que pretendes alcançar nos próximos 5, 10 ou 15 anos lembra-te das várias etapas da carreira profissional que referi anteriormente.
Não penses em passar os próximos 5, 10, 15 ou 20 anos a ser trabalhador por conta de outrem.
Acredito que no futuro, as empresas vão ter cada vez menos trabalhadores e vão passar a existir muitas empresas constituídas por apenas uma pessoa.
Quem sabe se a tua empresa unipessoal vai nascer já de seguida!?
Este artigo é um excerto do livro “a Ave Rara… de empregado frustrado a criador do seu próprio emprego!” e integra a série de episódios “Trabalhar 4 horas/dia“.
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