Ainda te lembras deste episódio? 

O Pedro vai deixar a empresa… e agora?

Durante quase todo o ano de 2016, toda a gente tentou provar que eu era louco e que estava a fazer algo impensável e imperdoável, tanto a nível pessoal como profissional.

Mas eu diverti-me tanto a levar a minha decisão até ao fim!

Em meados de novembro de 2016, dois colaboradores da minha empresa de consultoria ambiental entraram no meu gabinete e disseram que tinham algo urgente para falar comigo, ao que eu respondi:

– … e vêm os dois ao mesmo tempo entregar a mensagem?

– É assim… – anunciou um deles – tu distanciaste-te demasiado do dia-a-dia da empresa e eu tenho medo de assumir determinadas responsabilidades sem a tua supervisão. Toda a gente concorda comigo – falando, supostamente, em nome de todos os colegas – e todos achamos que desta forma a empresa vai estagnar e acabará por “morrer”.

– E então? O que acham que deve ser feito para que isso não aconteça? – perguntei.

– Isto já não tem solução. Achamos que nunca te deverias ter afastado da componente operacional da empresa e por isso estamos aqui para te informar que vamos apresentar a nossa carta de despedimento. – informou o “líder” que tinha tido motivação para convencer o colega a demitir-se, mas que admitia não conseguir tomar nenhuma decisão na empresa sem a minha supervisão.

Não sei se estavam a fazer bluff, ou se estavam mesmo com vontade de se despedir, mas lembrei-me da forma como tinha reagido o meu antigo chefe quando eu decidi apresentar a demissão.

Sem hesitar, respondi-lhes:

– Ok, aceito a vossa demissão. Agora, não se importam de sair para eu poder terminar o que estava a fazer?

À hora de almoço, contei à Lúcia o que tinha acontecido e ela ficou indignada.

Não resistiu e comentou:

– Como é que podes estar tão calmo e sorridente? Eles são a força operacional da empresa! Como é que vais resolver isso?

– Ninguém é insubstituível. Se eles querem ir embora, só têm que ir embora! – disse-lhe.