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Nos últimos anos, vimos alarmismos mediáticos a decretar a morte de empresas gigantes:
“… o Google perdeu a vantagem por causa da Inteligência Artificial.“
“… a Meta já não cresce…“
“… a UnitedHealth vai colapsar com o aumento dos custos médicos e com os ataques informáticos.“
Em muitos casos, não passaram de tiros de pólvora seca. Noutros, a destruição das vantagens competitivas foi real e irreversível.
Este artigo mostra-te exemplos dos dois lados, dados objetivos e um checklist prático para distinguires o que é ruído do que são sinais que realmente importam… e para não caíres nas armadilhas da chamada “pornografia financeira”.
Depois do choque inicial com a Inteligência Artificial (AI) generativa, o negócio acelerou. No segundo trimestre de 2025, a Alphabet cresceu +14% em receitas face ao ano anterior, para 96,4 mil milhões de dólares, com Pesquisas, YouTube e Cloud todos a dois dígitos.
A própria Google reforçou a pesquisa com Gemini e AI Overviews, mantendo tração comercial.
Do lado regulatório, o tribunal norte-americano reconheceu práticas anticoncorrenciais, mas sem “partir” o grupo, aliviando o maior risco estrutural para os acionistas.
Realidade: a Google continua com ~90% de quota global na pesquisa… de facto, a liderança diminuiu ligeiramente, mas continua absolutamente dominante.
Depois de um ano de 2022 particularmente difícil, a Meta entrou em 2023 a cortar custos, a simplificar estruturas e a redefinir prioridades: o chamado “ano da eficiência”.
Essa estratégia deu frutos: na reta final de 2023, os lucros triplicaram face ao mesmo período do ano anterior.
Em 2024, a empresa consolidou a recuperação com um crescimento de +22% nas receitas, apoiado sobretudo na publicidade impulsionada por IA (Reels e anúncios mais segmentados).
A narrativa do “pico do streaming” mudou com a partilha paga de contas e o plano com publicidade.
Em 2024, a base de subscritores e as receitas voltaram a acelerar.
Em 2025, o plano com anúncios já representa grande parte das novas adesões e cresce em rentabilidade.
A Change Healthcare sofreu um ataque massivo em 2024, com impacto de 2,3 a 2,9 mil milhões de dólares nesse ano e pressões no Medical Loss ratio (MLR).
Ainda assim, o grupo voltou a projetar 445 a 448 mil milhões de receitas para 2025 e estabilização operacional, refletindo escala, diversificação (UnitedHealthcare + Optum) e capacidade de ajuste.
Nota importante: 2025 está a ser um ano duro (MLR elevado e pressão no Medicare Advantage). É um caso interessante de fosso competitivo amplo a ser testado… sem tese “quebrada”, mas com execução que merece atenção!
Uma década de atrasos tecnológicos e decisões difíceis empurrou a Intel para a defensiva.
Em 2023, a nova divisão de foundry da Intel, criada para competir diretamente com a TSMC no fabrico de chips para clientes externos, registou um prejuízo operacional de cerca de 7 mil milhões de dólares, refletindo os enormes investimentos em fábricas e a dificuldade em atrair encomendas suficientes para equilibrar os custos.
Em 2024, o grupo registou 18,8 mil milhões de prejuízo líquido e lançou reestruturações profundas.
Em 2025, anunciou cortes de mais de 20% na força laboral e as dúvidas sobre a execução técnica mantêm-se.
Do lado competitivo, a AMD captou quota em CPUs (desktop/servidor), beneficiando dos processos de fabrico (de ponta) da TSMC.
Nokia: perdeu a transição para plataformas/OS e ecossistemas de apps, vendendo a divisão de telemóveis à Microsoft em 2013.
BlackBerry: resistiu à implementação de ecrãs táteis, errou no timing… o mercado móvel foi para iOS/Android.
Sears: subinvestiu na experiência e no comércio online. Em 2018 pediu proteção ao abrigo do Capítulo 11 da Lei de Falências dos EUA, um processo que permite às empresas reorganizarem-se sob supervisão judicial para tentar sobreviver. No entanto, nunca recuperou a relevância e acabou por perder a sua posição histórica no retalho.
Confundem ciclo com estrutura. Custos médicos mais altos num ano (na UnitedHealth) não devem ser confundidos com a perda estrutural de escala.
Ignoram alavancas internas. A Meta Platforms cortou custos, simplificou estruturas e reorientou o investimento para IA.
Têm incentivos diferentes. Sites e jornais vivem (muitas vezes) de cliques e, como deves imaginar, o dramatismo vende muito mais do que a análise fria e pragmática.
Olhar para os números, não para as narrativas. Crescimento de receitas, margens e cash flow são mais relevantes do que “opiniões” de comentadores.
Identificar a fonte da vantagem competitiva. É a marca? A rede? A tecnologia? A regulação? E está realmente a ser atacada?
Separar ruído de tendência. Um trimestre negativo não destrói o fosso competitivo de uma empresa (moat), mas vários anos consecutivos a perder quota de mercado, como aconteceu com a Intel, são um sinal estrutural e muito mais preocupante.
Não delegar o raciocínio. A tentação de ler “análises prontas” é grande, mas nada substitui a nossa própria avaliação crítica.
As notícias anunciam “mortes de empresas” todos os anos.
Algumas empresas renascem das cinzas porque o seu fosso competitivo estava apenas a ser testado, outras afundam-se porque nunca mais recuperam.
A diferença está em perceber quando o ruído é apenas ruído… e quando os fundamentos da empresa mostram que a história mudou de vez.
A minha sugestão?
Ignora sempre a pornografia financeira e faz a tua própria análise.
Investir sozinho pode ser aborrecido… e perigoso!
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