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carta aos leitores - 2ª dezembro 2022

Vou necessitar de mais 250€ por mês para pagar o crédito habitação… – (2ª carta de dezembro de 2022)

Na 2ª “carta aos leitores” deste mês respondo a 3 dos emails que recebi recentemente e que mais me despertaram a atenção!

Espero que gostes e que te inspirem…

EMAIL 1

Muito bom dia!

A taxa Euribor a 12 meses vai aumentar (em média) 250 euros a prestação da minha casa, e para mim o racional primário é este:

– o dinheiro tem que aparecer!

Não recorrendo ao tradicional, que é apertar mais o cinto, como podemos receber mais este dinheiro por mês?

Dividendos?

Ações?

REITs?

SUGESTÕES? ESTRATÉGIAS?

E que valor devo aplicar?

A MINHA RESPOSTA

[…],

Se já ouviste os episódios do podcast “a Ave Rara” sabes que te vou dizer as coisas de forma fria e pragmática para te levar a refletir.

Uma pessoa mais sensível poderia levar a mal a forma como te vou responder!

Costuma dizer-se que a melhor altura para procurar emprego é quando ainda temos emprego… e a melhor altura para experimentar novas formas para ganhar dinheiro é quando não temos falta de dinheiro!

Tal como já referi noutras alturas, os investimentos em empresas cotadas na Bolsa não deverão ser efetuados com o foco no curto prazo e no lucro rápido porque essas decisões (e pressões) de curto prazo vão levar-te a perseguir “galdérias ou gigolôs” e o mais provável é que te levem o dinheiro que ainda tens de parte para suportar o aumento da prestação do crédito da tua habitação.

Os investimentos poderão dar-te excelentes retornos a longo prazo, se tomares excelentes decisões, nunca deverão estar no leque de opções para ganhares dinheiro rapidamente.

Se terás dificuldade em suportar o aumento da prestação do crédito habitação, creio que o dinheiro que tens investido na Bolsa não deveria ter sido canalizado para investimentos antes de garantires que não ficavas numa situação precária por qualquer imprevisto associado ao aumento do teu custo de vida.

Posso partilhar muitas ideias contigo, como já fiz em vários episódios do podcast “a Ave Rara” (vê este e este), mas nenhuma das ideias que implementei no passado resulta em poucos dias, semanas ou meses… todas se basearam em muitas leituras, muitas horas a ouvir podcasts, muita experimentação e afinação até conseguir alcançar os primeiros resultados monetários!

Não sei o que fazes diariamente nem quais são as tuas competências a nível profissional e por isso tenho muita dificuldade em dar-te algumas sugestões assim em modo abstrato.

Para curto prazo, só vejo viabilidade em tentares negociar um aumento (ou subida de carreira) no âmbito do teu emprego atual, negociares para melhorar as condições do teu crédito atual (por exemplo com um intermediário de crédito como a empresa Credível.pt) ou terás mesmo que fazer aquilo que não pretendias: “apertar mais o cinto”.

Imagino que gostarias de ouvir algo mais inspirador, mas no que diz respeito a ganhar dinheiro, há pouca coisa inspiradora que possamos referir no curto prazo.

Desejo que consigas dar a volta a essa situação da melhor forma possível.

Estás a pensar negociar ou transferir o crédito para a compra da tua casa ou para melhorar as condições do teu crédito atual? Estamos cá para te ajudar a realizar essa tarefa de forma totalmente gratuita!

Na Credivel.pt, como Intermediários de Crédito, o nosso papel é auxiliar-te em toda a documentação e burocracia necessária, negociar com as várias instituições bancárias com as quais temos parceria, e apresentar sempre a melhor proposta consoante as tuas condições financeiras.

Para te podermos apresentar a melhor proposta, responde às questões que se encontram neste formulário e entraremos em contato contigo o mais breve possível!

EMAIL 2

Grande Pedro,

Queres saber como é que cheguei a ti?

Apareceste-me no Facebook a falar sobre o webinário que ias fazer em breve e gostei muito de algumas das tuas frases loucas:

– “… tenho vaga para mais uma beldade no meu Harém”

– “… estão a descer a pique? Ótimo, compro mais!”

Depois vi alguns vídeos no teu canal Youtube e considero que o investimento feito da forma como referes não é assim tão arriscado… parcelado, com desconto grande face ao valor intrínseco (grande margem de segurança), etc…

Investindo nessas beldades, parece sempre uma questão de tempo até se ganhar dinheiro.

A parte em que referes que raramente vendes ações dessas beldades, ou só vendes metade da posição quando os preços ultrapassam largamente o valor intrínseco, ainda vou ter de analisar pois se ganhar dinheiro e voltar a investir numa das “verdonas” (que estão em saldo) talvez consiga dinheiro mais rápido… apesar de perceber que há investimentos em negócios que potencialmente valerão muito mais daqui a 10 anos

No webinário (que vi na segunda-feira passada, tudo de seguida), disseste que não deveríamos ter pressa e que seria interessante irmos construindo a carteira de investimentos ao longo de 2, 3 ou 5 anos. Mas há tantas beldades em saldo a chamar por mim!

A ver se mais tarde consigo abrir conta na corretora DEGIRO. A parte que me preocupa mais, pois nunca a usei, e que necessito de esclarecer é:

– coloco (na conta corrente) logo o dinheiro que tenho para investir ou vou pondo por parcelas, para perceber se não há armadilhas com cobranças de despesas/comissões inesperadas?

Pronto e é isto… sem ainda ter visto nada do curso online… eh eh

Já estou nos grupos do Telegram onde fui muito bem recebido!

Grande abraço

[…]

A MINHA RESPOSTA

Espetacular!

Muito obrigado pelo feedback.

Em relação às tuas questões, pessoalmente gosto de “atirar” as minhas poupanças diretamente para o espaço livre da corretora que uso (a DEGIRO). Dessa forma, sempre que há oportunidades em saldo já lá tenho “balas” para que os meus snipers possam disparar.

Se tivesse o dinheiro na minha conta bancária poderia ficar com tentação de o gastar em alguma coisa que mais tarde me viesse a aperceber que não necessitava para nada! 😊 Estando do lado dos investimentos (no espaço livre da corretora) já é dinheiro que posso esquecer, porque não pretendo resgatá-lo tão cedo, quero é poder continuar a construir património, reforçando os investimentos nas beldades que estão no meu Harém.

Em relação às vendas, recentemente vendi uma parte da minha posição na UnitedHealth. Apesar de ser uma excelente empresa, está mais de 20% acima do valor intrínseco, está com os preços das ações já bastantes esticados face às médias móveis e eu já estava com mais de 100% de valorização em menos de 12 meses… fez sentido vender parte da posição e usar esse dinheiro para reforçar a minha posição na Meta Platforms e Alphabet que estão atualmente a chorar, pelas ruas da amargura, a pedir carinho! eh eh eh… 😊

Vai com calma, quanto mais aprenderes, mais vais relaxar nos investimentos que pretendes fazer a longo prazo.

Lembra-te que o objetivo é acumular património a longo prazo e não comprar e vender ações rapidamente para tentares colocar dinheiro mensalmente em casa! São dois modelos de investimento totalmente diferentes e que acarretam níveis de stress e de ansiedade que não são comparáveis!

Grande abraço,

EMAIL 3

Pedro,

Já assisti a todas as vídeo-aulas do curso online “Investir na Bolsa” todo e fiquei com algumas dúvidas:

1 – Nos vídeos, dizes que só comprarás ações da Boeing se os preços voltarem a estar mais de 40% abaixo do valor intrínseco. Neste momento está nos 44% de desconto, mas continuas sem comprar. Qual o motivo?

2 – Os níveis de suporte que apresentas no Excel que orienta os teus investimentos baseiam-se em quê?

3 – Como é calculado o topo do ciclo nas empresas cíclicas como por exemplo os Bancos e as Seguradoras? É histórico?

4 – Segundo a metodologia de investimento em tranches que segues, divides o total por 3 ou 4 partes e investes apenas se os preços atingirem um dos níveis de suporte, mas o que fazes se só atingir o primeiro nível de suporte e não descer mais?

5 – Dizes que pretendes ter cerca de 5% do teu portefólio investido em cada empresa que tens em carteira. É 5% relativamente ao dinheiro investido ou 5% já com a valorização/desvalorização no momento atual?

6 – Falas várias vezes que as empresas nas quais investes são avaliadas pela equipa do Adam Khoo seguindo 5 ou 7 fatores. Não me recordo que tenhas explicado quais são esses fatores. Um deles percebi que era terem faturação crescente há mais de 5 anos. E os restantes?

7 – Aproveito para deixar uma sugestão de melhoria para o Excel cujas informações estão partilhadas com os membros do curso: penso que seria interessante ter o valor de dividendos pago por ação e o dividend yield (a taxa de dividendo a receber).

A MINHA RESPOSTA

Aqui ficam as minhas respostas às tuas questões, tendo em consideração que não sou consultor financeiro… nunca te esqueças disso! 😉

1 – Nos vídeos, dizes que só comprarás ações da Boeing se os preços voltarem a estar mais de 40% abaixo do valor intrínseco. Neste momento está nos 44% de desconto, mas continuas sem comprar. Qual o motivo?

É importante irmos afinando os nossos critérios de investimento à situação particular do momento em que pretendemos investir. A Boeing continua a ser uma excelente empresa, mas é uma beldade que foi abalroada pelo camião do lixo! 😊 Está nos cuidados intensivos em recuperação… parece estar a recuperar bastante bem, mas poderá levar muito tempo a voltar a apresentar as excelentes contas que já teve no passado.

Por outro lado, o dólar está atualmente muito mais forte (em relação ao euro) do que estava na altura que gravei essa vídeo-aula. Assim, para além dos 40% de margem de segurança, face ao elevado valor do dólar face ao euro, atualmente teria que pagar mais euros para comprar a mesma quantidade de dólares que compraria em 2021… por isso necessitaria de um desconto nos preços das ações, face ao valor intrínseco, ainda maior: 45% ou 50% no mínimo.

Por fim, é necessário percebermos como está a nossa carteira de investimentos no momento em que vamos investir mais. Atualmente já tenho 20 empresas no meu portefólio de investimentos e não pretendo ter mais nenhuma. Se uma beldade sair do meu Harém, ficará uma “cama disponível” e nessa altura poderei investir numa nova empresa que ainda não se encontre no meu portefólio. Enquanto não sair uma beldade (por exemplo a empresa cíclica Ping An, quando atingir o topo do ciclo), apenas reforçarei posições nas empresas que já tenho em carteira.

Ah… não menos importante é o facto de (no momento em que te estou a escrever) haver empresas de crescimento com os preços das suas ações a serem negociados 50% ou 60% abaixo do valor intrínseco e por isso, para mim, representam muito melhores oportunidades de investimento do que a Boeing.

2 – Os níveis de suporte que apresentas no Excel que orienta os teus investimentos baseiam-se em quê?

Na aula 29 (do módulo “Perguntas e Respostas”) explico como faço isso…

Num gráfico com um período anual de cotações, uso velas diárias e as médias móveis exponenciais dos 20 e dos 40 dias para me orientar nas tendências e níveis de suporte de curto prazo.

Para as tendências de médio e de longo prazo, também uso um gráfico com um período anual de cotações, mas oriento-me pelas médias móveis simples dos 50, 100, 150 e 200, primeiro com velas semanais e depois com velas mensais.

3 – Como é calculado o topo do ciclo nas empresas cíclicas como por exemplo os Bancos e as Seguradoras? É histórico?

Sim é histórico e é baseado no indicador “Price to book ratio”, conforme mostro neste vídeo.

Acabei de integrar esse vídeo como vídeo-aula n.º 38 do curso online, no módulo “Perguntas e Respostas”, porque certamente interessará a mais pessoas saber como podemos estimar os fundos e os topos dos ciclos nas empresas cíclicas como os bancos, as seguradoras, etc… mas é importante lembrar que são estimativas para nos orientar, nunca conseguiremos acertar exatamente no fundo do ciclo para comprar (por isso é que vou comprando por níveis/tranches) nem nunca conseguiremos saber exatamente o preço máximo que corresponderá ao topo do ciclo (por isso é que também vou vendendo as empresas cíclicas em tranches, para o caso de continuarem a subir muito acima dos últimos topos do ciclo).

4 – Segundo a metodologia de investimento em tranches que segues, divides o total por 3 ou 4 partes e investes apenas se os preços atingirem um dos níveis de suporte, mas o que fazes se só atingir o primeiro nível de suporte e não descer mais?

Atualmente tenho dividido em 4 partes o montante que pretendo investir em cada empresa.

Se os preços das ações de determinada beldade só atingirem o primeiro nível de suporte, só compro ¼ da posição que pretendo e mantenho o restante dinheiro para ir reforçando noutras oportunidades. Durante o ano de 2022 consegui reforçar a minha posição em todas as empresas que tenho no portefólio com exceção da Microsoft… essa beldade não chegou a ir abaixo dos $200 (pelo menos até ao momento em que te estou a escrever esta resposta) e por isso ainda não a reforcei no meu portefólio.

Mas fui reforçando a minha posição nas outras beldades e por isso, não fico nada frustrado! 😊

5 – Dizes que pretendes ter cerca de 5% do teu portefólio investido em cada empresa que tens em carteira. É 5% relativamente ao dinheiro investido ou 5% já com a valorização/desvalorização no momento atual?

Como tenho 20 empresas no meu portefólio, por questões de diversificação e gestão do risco, pretendo ter as minhas posições nessas empresas com investimentos mais ou menos equitativos.

Assim, todos os sábados de manhã atualizo o 2º separador do Excel para ter uma noção em que empresas é que já tenho 5% do meu portefólio, em que empresas pretendo reforçar (porque ainda não tenho 5% do meu dinheiro investido nessas beldades) e em que empresas não pretendo reforçar nesta fase porque já tenho 7% ou 8% do total do portefólio investido nessas rainhas. Mas oriento-me pelos valores que se encontram no portefólio no final de cada semana de negociações na Bolsa.

À medida que vou colocando mais poupanças no espaço livre da corretora, 5% representará cada vez mais dinheiro investido em cada uma das beldades que tenho no meu Harém. Percebes a ideia?

6 – Falas várias vezes que as empresas nas quais investes são avaliadas pela equipa do Adam Khoo seguindo 5 ou 7 fatores. Não me recordo que tenhas explicado quais são esses fatores. Um deles percebi que era terem faturação crescente há mais de 5 anos. E os restantes?

As empresas nas quais invisto têm de passar os 7 critérios seguintes:

– Empresa líder de mercado.

Faturação, lucros e fluxos de caixa crescentes nos últimos 4 a 5 anos (ver sites como por exemplo Yahoo Finance, Morningstar ou GuruFocus).

Vantagens competitivas da empresa que tornem muito difícil, moroso e/ou dispendioso uma mudança dos seus clientes para uma empresa concorrente… é o chamado wide economic moat.

– Níveis de endividamento conservadores ou muito conservadores (em função dos rácios entre os fluxos de caixa e a dívida da empresa).

– Empresa com grandes catalisadores de crescimento (sustentáveis) dentro do mercado/indústria em que atua e esse mercado estar em franca expansão (inteligência artificial, eCommerce, Biotecnologia, etc…). Por causa disso, tenho confiança no facto da empresa aumentar de valor ano após ano e por isso não uso StopLoss em nenhuma das empresas nas quais invisto… mas volto a reforçar: não sou consultor financeiro nem deverás encarar esta minha partilha como se fossem conselhos de investimento… pensa pela própria cabecinha!

Preço das ações da empresa está abaixo ou muito abaixo do valor intrínseco (oriento-me pela folha Excel cuja informação está partilhada com todos os membros do curso online).

Preço das ações da empresa retraiu a um nível que serviu anteriormente de suporte (definido pelas médias móveis ou por fortes suportes horizontais identificados através da análise técnica) – tal como expliquei na resposta à tua questão n.º 2.

7 – Aproveito para deixar uma sugestão de melhoria para o Excel cujas informações estão partilhadas com os membros do curso: penso que seria interessante ter o valor de dividendos pago por ação e o dividend yield (a taxa de dividendo a receber).

Seria uma mais-valia para todos os membros do curso online, sem dúvida. Contudo, as informações corretas sobre os dividendos pagos pelas empresas são uma verdadeira dor de cabeça. Os vários sites ou apps de Finanças mostram informação diferente porque não são atualizados com regularidade.

A única forma de saberes o valor de dividendo que tem sido pago (e que será pago) por determinada empresa é visitares a secção “Investors” ou “Investors relationship” do site de cada empresa na qual investes. Só aí é que conseguirás encontrar o valor correto. Depois, podes dividir esse valor de dividendo a pagar pelo preço a que cada ação está a ser negociada e obténs o “Dividend Yield” (a tal taxa de dividendo a receber).

Percebes como seria impensável para mim estar a fazer isso regularmente em todas as beldades que se encontram no meu Harém e numa lista em observação?

Apenas faço isso para os bancos e para os REITs (de tempos a tempos, aproveitando o período em que estou a atualizar o 2º separador do Excel) porque a razão primária pela qual investimos nos REITs (depois de sabermos que são empresas com excelentes fundamentos que passam os 5 primeiros critérios dos 7 critérios que referi anteriormente) é pelos dividendos… nas restantes empresas, invisto com vista à valorização de longo prazo e por isso assumo os dividendos como um bónus. 😉

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